6 de dezembro de 2006

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Era assim que ela se sentia: um misto de incertezas acumuladas e dúvidas adquiridas com o passar dos dias. Ela não sabia se tudo aquilo que ela fazia era o certo e tinha medo de ir em frente e no fim perceber que a única coisa que fez foi se enganar o tempo todo.
Talvez se tentasse se abrir com alguém, se tentasse mostrar pras pessoas que tinha dúvidas, mas que acreditava que aquilo fosse normal pra alguém com tão pouca idade. Mas afinal, o que era isso de “ser normal”? E como mostrar pras pessoas o que era normal pra ela? E se não fosse normal pro resto do mundo?
Eram coisas demais. Eram perguntas demais.
Chorava a noite pra aliviar a pressão e às vezes funcionava, mas ficava com vergonha de que alguém a visse de rosto inchado.
Pensava demais e se enchia de esperanças, às vezes falsas, às vezes pouco realizáveis.
Não que sua vida fosse ruim, longe disso. Tinha uma família unida, que dava todo apoio que ela precisava. Tinhas amigos que a faziam ficar com a barriga doendo de tanto e rir. E tinha ele, seu namorado. Ele, que tinha todo o encanto do mundo nos olhos.
O problema da vida dela era ela mesma.
Como explicar pra ela que a vida dela só iria pra frente se ela se convencesse que quem comandava era ela mesma? Que as dúvidas eram normais dela e pra ela?
Eram coisas demais, perguntas demais.