8 de dezembro de 2006

Caro Papai Noel,

Esse ano eu resolvi lhe escrever uma carta. Mas uma carta simples sem muitos pedidos porque acho que talvez fosse abuso eu nunca ter escrito uma e de repente vir com uma lista de 936548736543876547 pedidos. Na verdade é uma carta mais para explicações do que para pedidos.
Eu nunca acreditei no senhor, ou talvez quisesse não acreditar por imposição minha mesmo. Talvez se acreditasse eu iria me sentir meio abobalhada. Porque, vamos combinar, é meio besta essa idéia de que haja um homem velho que fica o ano todo fazendo brinquedos e em um dia entrega esses brinquedos para todas as crianças, diga-se de passagem, crianças comportadas, do mundo inteiro.
E se realmente fosse verdade pra quê, me diga o senhor, existiria lojas e fábricas de brinquedos? O senhor teria que ter todo o monopólio pro senhor. Ta, alguém pode me dizer que as lojas servem para os aniversários e dias das crianças, mas isso ainda é muito pouco pra mim.
No começo eu só desconfiava que não fosse verdade, sabe? Mas a partir do momento que eu vi meu tio se fantasiar do senhor para “enganar” meus primos, eu definitivamente joguei uma pá de cal nessa história e fui ser cética em relação a isso em outra freguesia. Eu nunca tirei foto com imitações de shopping. O senhor já viu a barba mal-feita de náilon que eles usam? Sinceramente se o senhor que se fazer mais acreditado deveria baixar um decreto de que as barbas sejam mais bem feitas, ou o contrário as crianças, que ultimamente andam mais espertas que muitos adultos, logo vão achar aquilo tudo uma palhaçada.
E tem aquele outro papo de que o senhor como é hoje passado, nada mais é que uma invenção da Coca-cola. Produto do capitalismo. Explique-se.
Sabe o meu único, aliás, que de modo algum será ouvido depois dessa carta malcriada, é que se for pra manter a inocência nas crianças que o senhor consiga se manter um símbolo, mas que arranje um jeito de lembrar para as crianças que o natal não é só o senhor e as faça antes de qualquer coisa perceber que o natal significa o nascimento de alguém, o senhor me desculpe, mas é verdade, mais importante que o senhor.
Enfim, crendo ou não essa foi uma maneira de colocar pra for uma coisa que não é importante pra falar pra alguém de verdade.
Muito agradecida.
Karolina