15 de junho de 2007

Você é lúdico?

Histórias, talvez não necessariamente, têm começos emocionantes, meios excitantes, meios dos meios surpreendentes, quase fins tristes e finais felizes. E isso, meu caro amigo, me chateia.
Sempre aquela coisa de sempre, sabe? O cara conhece a futura, que daqui a pouco vira ex, namorada. Eles namoram, eles fazem as coisas que os namorados fazem, eles vão à Fnac, eles almoçam um na casa do outro, eles brincam com as alegrias da vida. Ele descobre que a mãe dele teve um caso com o pai dela e isso perto de quando ela nasceu, talvez 9 meses antes, ele sente que ela é sua irmã, ele se afasta, ela não sabe por que e sofre, liga pra ele, ele diz que está tomando banho, ela chora, chora e chora. As coisas são esclarecidas, na verdade não era o pai dela, era outro cara que parecia muito, ele pede desculpa, ela aceita, eles se beijam longamente, eles se casam e as famílias se juntam e são felizes até o último segundo do último capitulo, até a última letra do fim da folha e assim por em diante.
Por isso eu só vou escrever histórias sem pé nem cabeça. Elas começam pelo meio e terminam pela metade do começo. Não vou mais dar nome aos personagens, parafraseando Holly Golightly em Bonequinha de Luxo de Truman Capote, não irei dar nomes a nada até que eu tenha minha própria casa.
E até que eu descubra o que é uma pessoa lúdica, não vou mais me manifestar a esse respeito e esse foi o único final que eu consegui pensar pra essa história.