15 de abril de 2010

Sobre ter uma mania e não querer largar


Por um acaso eu criei o estranho hábito de limpar o ouvido todas as vezes que vou ao banheiro. Quer dizer, não sei se dá pra colocar o acaso num fato tão bizarro, mas eu também não pensei muito para adquirir essa mania. Enfim, eu não consigo entrar no banheiro e não pegar um cotonete (não adianta insistir, aquilo nunca será um bastonete de algodão) e limpar o ouvido. E não é uma limpeza do tipo superficial, é limpar como se fizessem dez anos que a sujeira está ali acumulada.

Existem dois grandes problemas nessa prática: 1) eu não faço isso só no meu banheiro, mas é claro que não fico fuçando no armário das pessoas a procura de cotonetes. Se tiver acessível, eu uso, mas não me orgulho disso; 2) as pessoas me torram a paciência com “você não devia limpar tanto o ouvido”. Tá, eu sei que não é saudável, sei que a cera é uma proteção, sei todas essas coisas. Mas não adianta mais as pessoas ficarem me azucrinando, essa não uma mania que dá e passa feito brincadeira.

Só sei que gasto 75 contonetes com a mesma rapidez com que como uma barra de chocolate e isso inclui o fato de não dividir com ninguém. Os 75 são meus e se você quiser limpar seu ouvido que seja bem longe dos meus. Eu conto quantos tem no potinho.

Mas meu lance com contonetes já vem de antes. Quando ainda uma criança, colocava contonetes no nariz pra em seguida espirrar. Adorava espirrar. Ficava muito tempo nesse ritual, até que fui descoberta e me tomaram todos os contonetes. Hoje já não faço mais isso, porém limpar o ouvido se tornou um hobby. Hobby, mania, hábito ou qualquer outro nome que queiram dar, eu faço e ou a) tenho uma infecção no ouvido e largo de vez ou b) continuo na minha vida de entrar no banheiro e procurar um contonete para me acalmar.