18 de janeiro de 2007

Esse é só o começo do fim das nossas vidas

-eu não tenho tempo.
-como assim não tem tempo?
-não tenho tempo pra discussão agora.
-e quando você vai ter?
-quando eu voltar da reunião a gente discute.
-você quer discutir comigo?
-não é isso que você quer?
-ah, claro! típico seu jogar a culpa pra cima de mim.
-eu não to jogando culpa nenhuma em cima de ninguém. Você quer discutir, mas eu não tenho tempo agora. Volto, a gente discute, eu peço desculpa, você aceita, a gente se beija, se abraça, dorme e amanhã acaba discutindo de novo.
-pode ficar sabendo, senhor “eu sei como tudo acaba” que dessa vez você não vai voltar, a gente não vai discutir, você não vai pedir desculpas, eu realmente não vou aceitar, não vai ter beijo, não vai ter abraço, você não via dormir aqui e amanhã a gente nem vai se ver, muito menos discutir.
-como assim, ta me colocando pra fora de casa?
-to te colocando pra fora da minha vida.
-sempre as coisas sem pensar.
-não, errou de novo. pensei muito dessa vez.
-pára de besteira. vou ali e já volto. espera acordada que a gente conversa. “conversa” é melhor?
-não vou te esperar nem acordada e nem dormindo. vai buscar pra casa de algum amigo que amanhã mando suas coisas.
- é só mais uma briguinha, como todas. pára!
-não, essa é o acúmulo das sobras de todas as outras “conversas” que a gente deixou pra trás quando você voltou, pediu desculpa, eu aceitei, a gente se beijou, se abraçou, dormiu e no outro dia discutiu de novo. eu cansei!
-e o que eu faço agora?
-vai pra sua reunião que você ta atrasado.