20 de junho de 2007

Minha rotina pontual

O Paulo chega todo dia 23h30min em casa. Eu me acostumei com isso, já não sinto mais sono antes dessa hora, salvo nos dias em que a natureza feminina pesa mais forte, já parei de ligar antes dessa hora com medo dele ter chegado e não ter me ligado. O certo é que ele chega 23h30min e 23h32min me liga. Todo dia!
Antes de o semestre começar eu tinha medo que ele estudar a noite fosse causar algum prejuízo a nossa relação, mas não causou, não. Eu vou para aula de manhã, a gente se vê a tarde, ele vai pra faculdade a noite e as 23h32min ele me liga pra dizer “cheguei, bem” e eu assim, aliviada digo “então boa noite, amanhã quando eu voltar da faculdade te ligo” e desligo o telefone lá pelas 23h35min. A gente é meio estressado um com o outro no telefone às vezes, por isso a conversa é bem curta, porque conversar pessoalmente é bem melhor, e eu acho que ele está cansado e não quer conversar.
Engraçado é que hoje em dia eu acho estranho que quando ele chega em casa cedo. Aí pensei que as mulheres reclamam quando seus namorados/maridos chegam tarde do tipo: “o que você estava fazendo na rua até uma hora dessas?”, mas eu falo “o que você está fazendo em casa uma hora dessas?”. Eu não digo isso a ele, porque mesmo eu pensando isso, eu gosto quando ele chega em casa cedo.
No começo eu atendia ao telefone dormindo e não lembrava o que tinha falado no outro dia. Hoje em dia é mais ele que fica sonolento no telefone. Eu quero saber de como foi a aula, qual foi a matéria da prova e ele só quer saber de dizer ‘beijo, tchau’.
O fato é que eu me acostumei com os horários porque a gente se acostuma com tudo na vida e não vejo a hora de 23h32min chegar, todo dia.