23 de junho de 2007

Notícias a quem interessar

Há algum tempo ensaio essa carta, o problema quando não é a preguiça, é a falta de tempo. Não sei mais do que tu não sabe, já faz tanto tempo que não te dou noticias, não é mesmo? Mas como recomendou o Rei de Copas ao Coelho Branco, vou começar do começo e quando chegar ao fim, eu paro.
A vida aqui anda com pernas cheias de promessas. Promessas boas às vezes, promessas não tão boas assim outras vezes. Novidades são poucas, mas a vontade de tê-las é muita. O João vai casar. Aquela moça, Gabrielle, é uma ótima pessoa. Os dois formam um casal muito bonito e ajuizado. O casamento está marcado pra janeiro, aliás, fui até chamada para ser madrinha. Não sabe o quanto que fiquei feliz. Vão morar aqui na garagem, que vai deixar de ser garagem, é lógico. No começo me senti meio perdida com a notícia, mas agora já estou achando o máximo. Casamentos sempre alegram qualquer família, e espero que o deles seja o mais feliz de todos, eles merecem.
A casa está sendo construída com pressa, mas está ficando muito bacana. Pedi para trocar de quarto para ficar com o maior, mas vai dá um pequeno trabalho, por isso seu Floriano ainda está pensando a respeito. Ainda falta um bucado de coisa, mas até o fim do ano dona Edna garante que acaba e espero que acabe mesmo, ou se não teremos que dividir a garagem com os dois.
O curso vai como deve ir, sabe? Tive umas crises esse semestre. Normal, penso eu. As coisas complicam a cada semestre, sabe como é, então fiquei meio perdida na minha decisão. Você sabe que sempre fui muito indecisa e na menor dificuldade já duvido de todas as minhas decisões tomadas. Mas consegui passar por essa fase estranha e devo muito ao Paulo. Semestre que vem vou para o 4º e já o meio do curso. Dá pra acreditar que já estou no meio do curso? Mas sempre me sinto uma eterna caloura, não sei por quê. Nada de estágio até agora. O que me deixa extremamente chateada, mas um dia eu consigo você vai ver.
Aí tem o Paulo. O Paulo é minha força em momentos difíceis, meu sorriso em momentos felizes, minha vida em momentos de desânimo. Não sei mais o que é viver sem o Paulo. Fizemos um ano em abril e parece que ainda temos um mês, as coisas sempre são tão novas. Ele também foi convidado para ser padrinho do João e da Gabrielle e, ele sim, ficou espantado. Não achava que iam chamá-lo, mas ficou muito feliz e agora temos que juntar dinheiro pra comprar o presente. Aqueles problemas de doença, a gente nem lembra mais, aliás, eu falei para que ele deveria ir a outro médico, mas ele fica enrolando. Ele tirou a carteira de motorista e agora está todo se achando, mas ainda está procurando um carro, mas você sabe que esse negócio de carro nunca fez muita diferença na nossa vida. Se precisar a gente vai andando mesmo.
Fui à exposição do Aleijadinho, mas arte barroca de modo algum me toca. É tudo muito sem vida para mim e no dia que eu fui, estava um frio lascado e dentro da exposição estava um gelo e eu nem olhei direito, queria só sair daquele freezer.
Aliás, o frio aqui em Brasília é uma coisa de doido. Chuva não cai faz um mês, mas as madrugadas estão começando a ficarem frias e pela manhã é um tormento levantar com toda aquela coisa te empurrando para debaixo do cobertor. Mas meio dia já está aquele calor infernal e você xinga o mundo por ter saído de casa com dois casacos.
Já li sete livros esse ano, o que para mim é uma miséria. Estava pretendendo pelo menos 10 até abril. Estou atrás do Dom Quixote há meses, mas sabe como é o seu Floriano, enrolado que só ele. Acabei de ler ‘As aventuras de Alice no País das Maravilhas’ e ‘Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá’ (por isso a citação do Rei de Copas no primeiro parágrafo), de Lewis Carroll, e fiquei muito satisfeita. Os livros são ótimos para fazer pensar nos comportamentos humanos e não só aquela coisa psicodélica que o filme da Disney passa.
Los Hermanos deram um tempo, não agüento mais ouvir Móveis Coloniais de Acaju, fui ao show do Zeca Baleiro e não agüentei até o final, vai ter show do Nando Reis, mas vai custar 40 reais e não sei se estou tão cheia de dinheiro assim pra dar em um show e teve show do Chico Buarque mês passado e pelo mesmo motivo do Nando Reis, eu não fui, o que me deixou extremamente chateada e comecei a pensar que talvez eu morra sem assistir a um show dele.
Pois é, a vida continua e continua da maneira que ela deve continuar, às vezes a gente dá uma mexida, às vezes deixa correr sozinha, mas de qualquer maneira a gente vai vivendo. Para você um grande abraço e para o resto aquele até logo.