Tem dias que você acorda com a pá virada e não consegue cavar nem um buraquinho pequeno sequer. Aqueles dias que sua mãe te acorda martelando alguma coisa no quintal da sua casa e você já pensa: “Putz! Hoje vai ser difícil” e sempre é.
Hoje eu acordei porque tinha que ir pra faculdade, isso acontece com freqüência, aliás. Mas hoje eu acordei exclusivamente pra apresentar trabalho de planejamento gráfico para o ilustríssimo senhor professor de planejamento gráfico. O professor mais caxias que o Ceub já teve. Engraçado que meu irmão disse “você inventou esse trabalho porque sabia que eu ia estar sem carro e queria me ver acordando cedo pra ir junto com você”, aí eu pensei que quem me dera tivesse inventando não tivesse que ir pro Ceub pra ver aquele homem sacal dormindo sentando na minha frente enquanto eu, numa tentativa quase frustrada de explicar uma coisa quase sem explicação que eu não sabia explicar, me esforçava ao máxima para não jogar uma cadeira nele. Talvez tenha sido bom ele ter quase dormido. O melhor foi ele falando que a gente precisa ir sexta que vem... Não me faz rir, professor, que eu estou brava.
Daí em diante tudo foi de um ruinzinho para um piorzinho. Tentei me alegrar só de pensar que minhas férias, tão desejadas, pedidas e queridas, começam hoje e que amanhã vou comer umas comidas típicas, mas o mau humor quando vem de manhã, na hora que sua mãe deu a primeira martelada, fica até você ouvir os suaves cantos dos passarinhos na manhã seguinte.
E você fica lá se perguntando se a) precisava mesmo fazer aquele trabalho todo só para modificar o leiaute de um jornal? b) precisava mesmo ele fazer 4 chamadas toda sexta? c) precisava mesmo ser o mesmo professor para editoração eletrônica? e finalmente d) em que sua mãe estava martelando 9h da manhã?
