26 de setembro de 2007

"É meio dia, eu vejo a seca castigar. Quinze porcento é a umidade relativa do ar"


Faz 120 dias que a única coisa que cai do céu nessa cidade é mato queimado vindo de todos os lugares possíveis. É difícil quando você mora de frente pro cerrado e ele está se consumindo em fogo. Alguns dizem que sem isso as sementes não brotariam, outros acham que isso é errado, não é coisa de Deus as árvores pegarem fogo. O caso é: a seca está de lascar e São Pedro não dá a mínima se o cerrado é a savana de maior diversidade do mundo, e não manda uma gota para refrescar os já transformados em pó, narizes brasilienses.
Esses dias fez 34 graus. A maior temperatura em 44 anos. Cansei de ouvir “hoje será o dia mais quente do ano”. Todo dia é o dia mais quente do ano. Quando vão falar que foi o dia mais frio do ano? O dia mais fresquinho e agradável do ano? A massa de ar seco impede que se formem nuvens sobre o Planalto Central. Mentira! Mostrou na meteorologia que aqui do lado, é bem ali no Goiás, vai chover. No começo de setembro eles falaram: “no final de setembro chove”, hoje eles já dizem que entre 3 e 15 de outubro chove mesmo. Enquanto isso a gente se apega ao canto das cigarras que anunciam, quem sabe meu Deus, algum indicio de chuvisco.
Umidade abaixo de 20% é fichinha pra qualquer brasiliense com mais de 10 anos, mas não se esqueçam de colocar uma bacia com água ou uma toalha no quarto. Sabe, pra umedecer um pouco. E vamos rezando ou para chover, ou para não morremos secos e com asma.