31 de março de 2010

Não há porque chorar por um amor que já morreu (2)

Uma criança boba e mentirosa. Era assim que Bruno se sentiu na frente da Vitória. Aquela ruivinha era tudo o que o moleque tinha na mente quando pensava em “meninas bonitinhas que eu quero namorar um dia”.  Enquanto ele babava, Vitória entrou na sala e esperou que Bruno acordasse de seu transe e perguntou se podia sentar-se ao lado dele no piano. Aquilo foi a glória. Depois disso eles nunca mais se separaram, até aquele dia.
Lá estava ele se esgoelando tentando achar algum motivo plausível para a “loucura insana” que Vitória havia cometido no momento em que tinha terminado o namoro de 12 anos. Namoro? Já tinha passado disso e mudado fazia muito tempo, mas para Bruno, a eterna criança boba, o amor deles era eterno. “Amor que começou em aula de piano ao som de Beethoven não termina assim”. Assim como? Como ele queria que tivesse terminado? Eles com 90 anos, ela deitada numa cama de hospital com alguma doença esquisita e ele definhando aos poucos, sentado numa cadeira desconfortável. Ficando feliz a cada vez que ela acorda do coma?