6 de janeiro de 2007

Luna

E no meio de um milhão de pessoas bêbadas, estava Luna. Perdida, sem saber pra onde ir e com medo de algum daqueles desnorteados transeuntes colocasse o conteúdo de uma noite inteira de goles em cima dela.
Tinha brigado com sua mãe pra passar a virada na praia e agora que estava ali perdida e que a virada tinha passado e ela mal tinha visto, o que ela mais queria era não ter brigado e ter ficado em casa vendo seu avô contar as mesmas histórias pra os primos chatos e chorões.
Onde estava Mariana, sua amiga de infância que sempre a colocava em furadas deste tipo, ela não sabia. Mas também não queria saber. Mariana devia estar com algum dos embriagados, se acabando em algum lugar escuro demais pra tentar se achar algo ou alguém.
Por que não tinha ficado em casa? A virada na praia nem era tão bonita quando vista dali, da areia. Pessoas não faltavam. Bêbadas então? Tinha pra dar de rodo e ainda vender pra ganhar dinheiro pra caridade
Luna sempre buscava na lua um modo de sair das encrencas que arranjava, mas sabia que não era a lua quem dava um jeito nas coisas e aquilo nunca lhe pareceu tão inútil quanto naquele momento.
“Mariana, cadê você?”
Sentou-se na areia.