10 de abril de 2007

alguma coisa, mas não sabia exatamente o quê. Então ele fazia tudo o que aparecia pra ele fazer, mas nada arrancava a pulga. Paulo tinha uma amizade grande demais com vento e um dia meio que assim de repente ventou no ouvido dele e ele soube que o que ele tinha pra fazer já devia ter sido feito fazia um tempo e que ele tava oito vezes atrasado, mas que ele se apressasse que ainda dava tempo.
Então lá se foi Paulo pelo longo caminho de pedras pontudas e cheias de musgos escorregadios que o fizeram escorregar algumas vezes. Passou pelo barro e deu sorte que aquele dia não tava chovendo e como ele tinha uma espada cortou todo mato. Fez tudo isso sabendo que isso era só o começo de tudo o que tinha de ser feito.
Chegou aos confins de um lugar remoto que só tinha uma torre. Uma torre alta que só o céu e lá de onde ele tava já dava pra sentir o bafo quente de alguma coisa que tinha um bafo quente demais pro gosto dele. O vento como era um bom amigo o alertou que era um dragão e era este dragão que Paulo tinha que matar para resgatar uma moça de uma danada de uma maldição. Mas Paulo falou pro vento:

-Peraí! Eu nem sei como que essa moça é, num é!?

Foi que o vento ventou:

-É!
-Eu que não vou enfrentar um dragão. E se ela for um ‘dragão’ também? Como que eu fico, ein?!

Mas o vento que não tinha muita paciência com cavaleiros que desistiam na última hora, ventou umas ventanias fortes e Paulo meio que sem querer foi finalmente fazer o que ele tinha vindo fazer.
Karolina foi até a janela só pra ver como era o cavaleiro da vez. Abriu a cortina assim, meio voando, meio cantarolando, meio curiosa e quando olhou pra baixo levou um susto tão grande que seu coração quase que saiu pela boca, deu três saltos mortais, agradeceu os aplausos e voltou pra dentro do peito, mas foi um susto tão bom que se isso acontecesse até ela iria aplaudir o coração. O cavaleiro da vez era um cavaleiro bonito que só vendo, pelo menos era o que ela sentia e o que o vento tava soprando pra ela e já havia conseguido cortar duas pernas do dragão partindo naquele momento pra terceira.
Paulo não queria olhar pra cima pra não ter que encara o possível ‘dragão’ que o esperava lá no alto da torre, então tratou de se concentrar no dragão, mantendo sempre os olhos no seu alvo e partiu feito doido balançando sua espada. O dragão soltava fogo pra cá, Paulo ia pra lá e assim por diante e quando Paulo se deu conta já tinha cortado três e agora só faltava a quarta.
Quando Paulo acabou com as pernas pensou que aquele dragão tinha era perna demais e mesmo tendo cortado as pernas, ele achou que podia fazer uma pergunta pro dragão:

-Mas vem cá, essa tal moça é parecida com você?

O dragão que só não tava com mais raiva porque suas pernas logo cresceriam de novo, respondeu só de raiva:

-Muito pior!