10 de abril de 2007

Um ano de conto de fadas

Era uma vez um reino muito bonito e cheio de verde, azul, amarelo, rosa, lilás, branco e cores assim. O rei que reinava neste reino era um homem barbudo que não tinha um dedo, mas tinha um apelido que ele incorporou no nome dele. Neste reino nasceu e vivia uma moça chamada Karolina.
Karolina morava em uma torre velha, alta e marrom nos confins de um lugar remoto e qualquer. Pra se chega à torre dela havia muitos obstáculos a se ultrapassar. Um longo caminho de pedras pontudas e cheias de musgos escorregadios, barro que quando chovia virava lama e ficava escorregadia e mato que se colocasse assim esticado no chão iam ficar muito escorregadio. E pra complicar mais, além disso, na entrada da torre morava um dragão que cuspia fogo pelo nariz. Este dragão tinha por função maior na vida proteger Karolina.
Esta moça achava a vida dela muito parada lá me cima da torre. Não tinha ninguém pra conversar, não podia sair, nem pular, não tinha música pra dançar e nem um karaokê pra cantar de vez em quando. Ela queria viajar, ir pra lugares distantes, ver duelos de espadas, conversar com pessoas importantes, tirar suas próprias conclusões do mundo, viver um grande amor. Porém, ela sabia que tinha sido enfeitiçada por uma bruxa qualquer que se achava no direito de enfeitiçar qualquer um que cruzasse seu caminho. Esta bruxa além de ter enfeitiçado Karolina, havia mandado fazer uma faixa com os seguintes escritos:

“Karolina irá passar anos de sua vida trancafiada dentro desta torre alta como o céu, guardada por um dragão muito digno que cospe, e isso é uma coisa muito importante, fogo pelo nariz, de qualquer pretendente ou espertalhão metido a galã que tente ao menos pensar em se aproximar dela. Tenho dito e pronto.
Ah! Claro. O único que irá conseguir tal proeza será apenas um cavaleiro, o mais corajoso e forte. Este cavaleiro será trazido pelo vento e fará o que tiver que ser feito. Agora sim, tenho dito e pronto.”

Karolina tentava entender porque isto acontecia com ela. Ela não era princesa de nada, não era tão bela assim a ponto de ter muitos pretendentes, não era rica, enfim não tinha nada de especial que a fizesse digna de um feitiço tão absurdo.
A vida foi passando e alguns cavaleiros tentaram se aproximar dela, e ela sempre se enchia de esperança e oferecia seu coração a eles, mas o dragão sempre os queimavam e eles saiam correndo com medo do dragão queimar alguma parte importante. Não foram muitos os que tentaram apenas oito e nenhum pelo visto tinha sido trazido pelo vento. Veio até um cavaleiro do Reino do Acarajé, mas esse foi um dos que menos chegou perto. Karolina começou a perder as esperanças.

-Será que esta maldição vai acabar é nunca?

Aconteceu que um dia, um cavaleiro alto e cheio de histórias de duelos de espadas apareceu na entrada da torre. Na verdade lá de onde Karolina estava não dava pra ver muito bem se ele era alto mesmo, mas cavaleiro que é cavaleiro tem que ser alto. Karolina nem ligava mais para os tais cavaleiros que apareciam na porta da torre, pois sabia que dali eles não passariam.O cavaleiro se chamava Paulo, assim mesmo P-A-U-L-O. Ele havia passado sua vida com uma cisma, uma verdadeira pulga atrás da orelha. Sabia que tinha que fazer